terça-feira, março 15, 2016

Post 5523 Terça-feira, 15.3.16 Poesia à mesa

Poesia à Mesa

Hoje, enquanto almoçava pude ouvir declamar dois poemas:

As bruxas de Bruxelas
batem panelas
pra espantar as baratas tontas
que vivem nas pontas
dos sapatos delas

de Angélica Freitas (Rilke Shake, Rio de Janeiro: 7Letras, 2007)
que tem o blogue Tome uma Xícara de Chá

E um poema de Mário Cesariny
(ainda não consegui encontrar o que ouvi)

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
(in "Pena Capital")

(durante a declamação dos dois poemas por Paulo Condessa)

4 comentários:

  1. Ainda que mal pergunte e corra o risco de estar a ser indiscreto: e onde foi o almoço, Gabi?

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  2. Adoro esse poema, desde a minha adolescência...

    Em Todas as Ruas te Encontro
    Em todas as ruas te encontro
    em todas as ruas te perco
    conheço tão bem o teu corpo
    sonhei tanto a tua figura
    que é de olhos fechados que eu ando
    a limitar a tua altura
    e bebo a água e sorvo o ar
    que te atravessou a cintura
    tanto tão perto tão real
    que o meu corpo se transfigura
    e toca o seu próprio elemento
    num corpo que já não é seu
    num rio que desapareceu
    onde um braço teu me procura

    Em todas as ruas te encontro
    em todas as ruas te perco

    Mário Cesariny, in "Pena Capital"

    Bjs

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  3. Eu não conhecia, vou tentar encontrar o livro e outros poemas dele.
    um beijinho

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