sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Post 3223 Eu e o cubo





Nunca mais irei esquecer aquele dia.
Tinha eu treze ou quinze anos (ou doze ou catorze, consoante já tivesse passado Fevereiro) e estava no 7º ou no 9º ano de escolaridade. 
Já tinha ouvido falar dele, mas nunca tinha tido a oportunidade de tocar sequer em um, e eis que a minha mãe e uma das minhas irmãs aparecem em casa com um cubo mágico para mim.
Por momentos fiquei a olhar para ele, sabendo que a minha vida nunca mais seria a mesma e que teria de ser capaz de o fazer. Passados esses breves instantes de reflexão, desfiz a perfeição das faces uniformemente coloridas. Seguiu-se um período em que o levava para todo o lado, onde eu estava, ele estava comigo. 
Começava já a dividir o mundo entre os que conseguiam fazê-lo (e entre estes, os génios que o faziam em segundos) e os que não conseguiam. O pior era o embaraço de estando constantemente com o cubo, haver sempre alguém que se lembrava de perguntar se eu estaria no primeiro grupo e ter de admitir que apenas fazia uma face ou até ao meio, ou a cruz já no final.
Um belo dia, estava eu numa aula no ginásio, obviamente sem estar a fazer ginástica, e consegui! O único problema era não saber se conseguiria reproduzir os passos. Hesitação de recomeçar durou até à aula seguinte, de física ou de química. De novo o desfiz, com a expectativa de em breve vir a descobrir o seu segredo e passar a dominar finalmente o raio do cubo. Entretanto, ensinaram-me um sistema que dava sempre certo (o meu  método demorava mais tempo) e desde então, de vez em quando, volto a fazê-lo para não me esquecer jamais...


Conselho importante para quem pense começar a fazê-lo. 
Porque queria tornar mais rápidas as "viragens", decidi lavá-lo para remover aquela substância estranha no  seu interior...e não foi uma boa ideia. Aquela substância é que mantinha também as peças unidas. Sem elas, era preciso ter muito cuidado a manobrar o cubo, para que não se desmembrasse. Por outro lado, essa poderia ser uma forma de o completar rapidamente, bastaria construí-lo e depois colocá-lo com todo o cuidado numa estante. Pensei depois em substituir a substância por plasticina, mas não resultou e foi preciso arranjar outro cubo.

9 comentários:

  1. Curioso. Nos meus tempos de estudante liceal eu era um verdadeiro craque no assunto. Há coisa de um ano comprei outro cubo e, depois de ver alguns tutoriais no YouTube, lá consegui pôr a escrita cubística de novo em dia. O problema é que bastou deixar de praticar desde há uns meses para cá e, tenho certeza, já não sei - de novo - a solução. Ai esta minha cabeça que já não é o que era. :((

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  2. nunca o consegui.

    mas também nunca perdi muito tempo com ele.:)

    quando ele apareceu já era crescidito e nunca cheguei a ter nenhum cubo.

    beijinhos Gábi

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  3. Nunca o fiz! Também já era bem crescida quando ele foi moda, o meu filho mais velho construiu-o num ápice!
    Abracinho meu!

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  4. Por isso é que eu continuo a treinar de vez em quando L.O.L. :)




    Parece-me que será mesmo uma questão de se perder (muito) tempo com ele, Luís Eme :) As minhas irmãs também não lhe ligaram e por isso também não chegaram a fazê-lo :)
    um beijinho




    Agora arranjei uns mais complexos com 4 e 5 em vez de 3, mas para já estão apenas a servir de elementos decorativos na estante, Maria Teresa :)
    um beijinho

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  5. Não separo o mundo entre os que fazem o Cubo e os que não o fazem pela simples razão de que o Cubo para mim nada tem a ver com matemática mas com meditação. Da mesma forma que os crentes de muitas religiões usam um cordão com contas e rezam umas parvoíces quaisquer também eu recito mentalmente os movimentos do cubo enquanto olho para o ecran, para a cidade ou para um livro. É bom para acalmar, só isso, apesar de durar pouco mais de um minuto de cada vez. Aliás, acho que passo mais tempo a rebolar o cubo para o preparar para a resolução do que propriamente a resolvê-lo.

    Hoje em dia preocupe-me mais com o BOXO, parece-me um jogo mais simples mas tb mais universal pq qualquer pessoa sabe as regras e encontra-se sempre montes de malta contra quem jogar. E não é um jogo que se jogue sozinho, mas acompanhado.



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  6. Vou procurar no Google o que é o BOXO...

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  7. Já agora. Uma forma de nunca te esqueceres de como fazer o cubo é teres um na cozinha e outro junto ao portátil de casa. Com o cubo sempre ao lado há sempre a tendência de uma ou outra vez o fazeres...

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