sábado, junho 18, 2011

Post 1981 - Ontem, sexta-feira, Jantar com chuva e declamações de poesia

A peça em verso "A Ceia dos Cardeais" de Júlio Dantas estreou a 28 de Março de 1902 no então Teatro D. Amélia (hoje Teatro São Luís), em Lisboa. Três cardeais, Rufo (espanhol), Montmorency (francês) e Gonzaga (português) resolvem partilhar em confidência, a história do maior amor da sua vida. "Cardeal Gonzaga, como quem acorda, os olhos cheios de brilho, a expressão transfigurada
Em como é diferente o amor em Portugal!
Nem a frase subtil, nem o duelo sangrento...
É o amor coração, é o amor sentimento.
Uma lágrima... Um beijo... Uns sinos a tocar...
Um parzinho que ajoelha e que vai se casar.
Tão simples tudo! Amor, que de rosas se enflora:
Em sendo triste canta, em sendo alegre chora!
O amor simplicidade, o amor delicadeza...
Ai, como sabe amar, a gente portuguesa!
Tecer de Sol um beijo, e, desde tenra idade,
Ir nesse beijo unido o amor com amizade,
Numa ternura casta e numa estima sã,
Sem saber distinguir entre a noiva e a irmã...
Fazer vibrar o amor em cordas misteriosas,
Como se todo o amor fosse um amor somente...
Ai como é diferente!
Ai como é diferente!"


Além de Júlio Dantas, também Florbela Espanca, Miguel Torga e Augusto Gil (Santo António).

5 comentários:

  1. Gabi, li o texto de cabo a rabo...é impressionante como as coisas boas se conservam altaneiras acima das modas e dos costumes a mostrar que o Amor inspira tanto quanto a Dor e o Terror...

    "Misterioso monte é neste mundo a vida!
    Todo rosas abrindo, ao galgar na subida,
    E a velhice, ao descer, toda cheia de espinhos...
    _ Ai, tão velhinhos!"

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  2. Fui pesquisar porque me lembrava só em parte da história por a minha mãe me a ter contado :)
    beijinho

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  3. Boa informação, como sempre!

    Obrigado pelas palavras deixadas.

    Bj

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  4. E mantém uma actualidade desconcertante.

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  5. Será que estarás de volta a postar, Alexandra?
    Vou espreitar a seguir :)
    um beijinho



    Sem dúvida, Pedro Coimbra :)

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