Diário de um gastador - 2ª tentativa

Quando não se tinha dinheiro, não se podiam ter vícios, dizia-lhe a sua mãe, há muito, muito tempo. Entretanto, crescera, casara bem e já há algum tempo que nem se lembrava da frase, não fora o Manel ter-lhe dirigido a mesma, para rematar a conversa. Normalmente deixava-o falar. Desabafava, dizia o que queria e ficava tudo na mesma. Tinha chegado mais uma vez o extracto do cartão de crédito. Sempre que isso acontecia era infalível. Lá vinha ele persegui-la e inquiri-la sobre as compras. Já mais prevenida tinha sempre o cuidado de em cada mês pensar em uma ou duas coisas para ele. Pegava no papel ou papéis e lembrava-lhe: "olha, esta é pela camisa Victor Emanuel de que gostaste tanto" ou o jogo de botões de punho. Normalmente isso acalmava-o um pouco.

Paro de escrever porque me apercebo que isto não parece de todo um Diário...