segunda-feira, outubro 08, 2007

Entrar na obra, estar no mundo

E depois do post sobre os cristais de água e do comentário a propósito do De propósito achei engraçado ler isto no folheto da exposição a que fui hoje em Serralves, sobre a fotografia na colecção da fundação:
"Eu, o mundo, as coisas, a vida, somos situações de energia e o essencial é não as cristalizar, pois mantê-las abertas e vivas é uma função da nossa existência"
Giovanni Anselmo
Sobre a exposição que tem por título "Entrar na obra, estar no mundo"que é também o titulo de uma obra de Giovanni Anselmo na qual um homem caminha sozinho num campo enorme, para me ensinar a mim mesma irei escrever e transcrever o que mais encontrei neste folheto.
A partir dos anos 60 muitos artistas deixaram os estúdios para descobrirem "no mundo e na vida quotidiana experiências e processos com os quais redefiniram o conceito de obra de arte".
Nas obras apresentadas exemplificam-se assim diferentes "modos de ver".
Na relação entre arte e paisagem, de confronto ou de representação, diálogo e busca de correspondência, encontramos edifícios industriais em ruínas de Bernd e Hilla Becher, subúrbios americanos de Dan Graham, a documentação fotográfica de acções desenvolvidas pelos artistas, em Alberto Carneiro, Manuel Casimiro, Gordon Matta-Clark, Hamish Fulton, Jan Dibbets, Imi Knoebel, Peter Doig e Roni Horn, a documentação de um momento experimental criado para o seu registo, em Gerhard Richter e Sigmar Polke e retratos do tempo filtrados pelo conhecimento histórico e geográfico em Christian Boltansky e Paulo Nozolino.
Na autorepresentação e no retrato, encontramos um exercício de apropriação de carácter na obra de David Lamelas, o uso ficcional da fotografia em Jorge Molder, a crítica da representação do corpo feminino em Adrian Piper, o abandono da pintura em Helena Almeida e o retrato rejeitado em Clegg e Guttman.
Na crítica dos modelos sociais, Augusto Alves da Silva, Pierre Huyghe, Luís Palma e Christopher Williams evidenciam aspectos ignorados da cidade contemporânea e objectos de consumo.
Finalmente um último grupo "interroga a própria natureza do processo fotográfico e das suas condições de representação, como acontece nas obras de Mel Bocher, André Gomes e José Luís Neto."

3 comentários:

  1. Olha! Se calhar cruzámo-nos e nem demos por nada. Eu andei por lá no Domingo de manhã. Vi a exposição, mas do que gostei mesmo foi dos jardins. Gosto de árvores.

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  2. ah, e gosto da música do blog. Fico sempre a ouvi-la até ao fim.

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  3. Eu fui de tarde (acordar cedo no Domingo não é fácil :)
    :) Por gostares da música do blogue, já gosto de ti :)

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