terça-feira, setembro 26, 2006

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Arte V - para relembrar que se pretende falar sobre arte para quem não saiba nada sobre arte
Desta vez vamos até ao início, ou seja, até aos registos mais antigos de arte na história da humanidade. Para tal, temos de recuar no tempo 32.000 anos ou 30.000 anos (os dois livros que consultei apresentam esta pequena divergência de 2.000 anos - História da Pintura de Luc Benoist e Art de Robert Cumming).
Estamos agora no Paleolítico superior, e por causa do último período glaciar na Europa está um frio do caraças.
Os nossos antepassados andavam envolvidos numa economia de caça e entretinham-se de vez em quando a decorar as cavernas, com desenhos de bisontes e auroques (antigos bois selvagens), cavalos e cervídeos (mamíferos artiodáctilos, ruminantes, de cornos maciços, caducos, mais ou menos ramificados - estas definições destes estranhos animais estavam no primeiro livro; não obstante, num outro parágrafo já se refere aos últimos como cabrito montês e veado).
Estas pinturas teriam um propósito religioso e parece que os primeiros animais referidos - bisontes e auroques correspondiam a símbolos femininos e os segundos - cavalos e cervídeos - a simbolos masculinos (será porque os primeiros seriam maiores?.... isto não parece fazer lá muito sentido....).
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13 comentários:

  1. Cara Redonda.

    Ainda hoje de manhã, vinha eu do almoço, aparentemente satisfeito pela rua fora, assobiando (eu que nem sei assobiar!) e vi - fora do período Jurássico e das eras glaciares - um homo- bácurus -grafitus a desenhar uma pintura rupestre no muro alvo de uma vivenda.

    O meu instinto natural de Homem de Neanderthal, foi o de lhe esmagar o crânio com uma moca mas, depois, o Homo Sapiens que também reside em mim, fez-me hesitar.

    Finalmente, deixei que o Homo Erectus refreasse as minhas temperanças, e segui caminho com inusitada indiferença. Afinal, poderia tratar-se de um Homo Faber em pleno processo criativo e eu quase lhe rachei a cabeça como quem abre um melão ao meio!

    Como vês tudo é arte, ou seja, a subjectividade humana é que decide.

    O que vem a ser «Arte» é um convénio, como muitas coisas na vida, e temos de tolerar as expressões menos sacralizadas do fenómeno.

    Um beijinho artistico, jurássico, rupestre, em memória dos glaciares enormes que derreteram perto do teu enorme coração.

    J.R.

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  2. Cara Redonda.

    Ainda hoje de manhã, vinha eu do almoço, aparentemente satisfeito pela rua fora, assobiando (eu que nem sei assobiar!) e vi - fora do período Jurássico e das eras glaciares - um homo- bácurus -grafitus a desenhar uma pintura rupestre no muro alvo de uma vivenda.

    O meu instinto natural de Homem de Neanderthal, foi o de lhe esmagar o crânio com uma moca mas, depois, o Homo Sapiens que também reside em mim, fez-me hesitar.

    Finalmente, deixei que o Homo Erectus refreasse as minhas temperanças, e segui caminho com inusitada indiferença. Afinal, poderia tratar-se de um Homo Faber em pleno processo criativo e eu quase lhe rachei a cabeça como quem abre um melão ao meio!

    Como vês tudo é arte, ou seja, a subjectividade humana é que decide.

    O que vem a ser «Arte» é um convénio, como muitas coisas na vida, e temos de tolerar as expressões menos sacralizadas do fenómeno.

    Um beijinho artistico, jurássico, rupestre, em memória dos glaciares enormes que derreteram perto do teu enorme coração.

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  3. Cara Redonda,
    para entrares nesta arte fabulosa da Pré-História aconselho-te a visitar as Gravuras de Foz Côa! Desde que abriram que as visito todos os anos...e não me canso! Acabam por ser os mais antigos sinais de criação artística que se podem visitar in situ. As pinturas são quase sempre cópias que se visitam para poupar as originais.
    Se não conheces e pretenderes dedicar um fim de semana por terras do Côa manda-me um mail (arqueologomoura@hotmail.com)que eu posso sugerir-te um bom percurso.
    Já agora...o mail está relacionado com o meu clube na escola - Clube de Arqueologia - mas eu não sou de Arqueologia, sou de História da Arte!!
    Um abraço

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  4. Olá Madrigal :)
    Ainda bem que não acabaste com o homo bácurus - grafitus ou homo faber...
    Um grande beijinho para ti :)

    Olá Vando :)(ou cervídeo :))
    Claro que permito e mais do que isso espero que venhamos a ser mesmo amigos, primeiro virtuais e depois quiçá um dia reais... :)
    A seguir vou visitar-vos...
    Um beijinho

    Olá Moura :)
    Obrigada pela sugestão. Ainda não vi as gravuras e gostaria de as ver. Quanto tiver oportunidade vou ver se te peço então a indicação do percurso.
    Um beijinho

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  5. Lá diz o "provérbio": " Grafitar" não é estragar. Poi´s é, não deveria ser, até porque se veêm grafitis verdadeiramente espantosos, de pessoas com imenso talento. Pena é que nem todos saibam onde apresentar a sua arte e andem pos aí a sujar paredes alheias.
    Não há referências pré-históricas à arte do grafitti, não ?
    Beijinhos.

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  6. xiii lembro-me de ter dado isto no 7º ou 8º ano....
    Muito engraçada a explicação! Ficou bem com o toque pessoal que lhe deste. E um bocadinho de cultura a mais, nunca fez mal a ninguém! bjinhos.

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  7. Olá Tobaili :)
    Não conhecia esse provérbio :) e vou ter de investigar as referências pré-históricas à arte do grafitti.
    Um beijinho.


    Olá Mocho_ao_Luar :)
    Eu já quase não me lembrava de nada, embora tenha uma ideia de ver fotografias de pinturas em cavernas...
    Um beijinho

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  8. Cara Redonda.

    O facto do meu post aparecer em duplicado, nada tem ver com uma vontade subconsciente de plagiar o «O Homem duplicado» do Saramago, mas antes com uma certa gaguez digital que me fez clicar duas vezes no «postar».

    Gostava de te ver dissertar sobre Arte Nouveau, Arte Rocócó, Arte Sacra, e aprender algo acerca da passagem das lúmen figuras ruprestres, arquétipos da arte primitiva, para as formas tardias e mais elaboradas do fenómeno.

    Eso todo me encanta, lo sabias?

    Um beijinho proto-histórico nas tuas faces rúbias.

    J.R.

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  9. Muito bem. Agora só faltam cerca de 31000 anos de História da Arte. Esteja à vontade, Redonda, eu vou passando por aqui todos os dias com muito prazer, sempre renovado por si e pelos seus excelentes comentadores.

    A propósito, sugiro uma visita, de preferência guiada, à colecção Rau no MNAA. Em 32000 anos a humanidade evoluiu muito na sua expressão artística. É pena que continue a dar-nos todos os dias bons motivos para não nos orgulharmos dela como espécie. Não há nada pior que o Homo sapiens sapiens com o carácter de um Cro-magnon e a inteligência de um auroque (a inversa também é válida).

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  10. Obrigado pela informaçao do teu post... gosto de ler sobre este tema.
    Beijinho

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  11. Olá Madrigal
    Como adorei o teu comentário até gostei da oportunidade de o ler duas vezes :)
    Vou pensar nas sugestões, mas se seguir a ordem cronológica, ainda faltam alguns anos até chegar, pelo menos até à arte sacra :)
    Um beijinho


    Olá Carregador de menires :)
    Vou pensar na ideia da visita guiada...sobre o carácter e a inteligência do Cro-magnon e do Auroque devo reconhecer que não sei nada (li uma vez um conto de ficção cientifíca no qual recuavam no tempo para raptar um bébé neardental que se revelava depois tão inteligente como os outros meninos homo sapiens sapiens...)
    Um beijinho

    Olá WALDE :)
    Ainda bem que gostas de ler sobre este tema :)
    Um beijinho

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  12. Olá Dona Excelentíssima Redonda,
    tem feito um bom trabalho nos seus posts, não o estrague tranformando os comentários numa sala de chat.
    Sei que gosta da minha opinião de convencido.
    Um beijo

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  13. Olá See ia (penso que serás tu João dono do poema "Dona Redonda") :)
    Gosto mesmo da tua opinião e obrigada pelo que dizes, mas não sendo um chat, também gosto muito de comentários...

    Um beijinho

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